Live: Empreenda na sua Carreira

No dia 22 de abril de 2020, realizamos nossa entrevista semanal com o Marcus Paulo Cazoni.

Atualmente tem 28 anos, formado em Engenharia de Produção pela UFF e pós-graduando em Gestão de Pessoas e Negócio pelo INSPER.. Participou de Empresa Júnior, projetos de extensão da UFF e da AIESEC. Foi estagiário em engenharia de processos e confiabilidade pela Procter & Gamble (P&G), voluntário da Fundação Estudar, Talent Aquisition (Recrutamento e Seleção) na Stone Pagamentos e atualmente Talent Aquisition na Loft.

Pedro Saraiva: Marcus, como que foi essa transição de iniciar a carreira com um estágio em engenharia até o final para trabalhar como RH?

Marcus: Eu acredito que existem 3 pilares e são neles que baseio minha vida: autoconhecimento, autodesenvolvimento e auto-perfeiçoamento. Existe um papo de “fortifique suas fraquezas para ser um empregado melhor” o qual eu acho perda de tempo. Sou a favor de você trabalhar aquilo que você faz bem para se tornar muito melhor. Descobri minha vocação com pessoas na AIESEC, mas eu queria ter a experiência de Engenharia. Devido essa indagação, estagiei na P&G. Lá, percebi que por mais que minhas atividades fosse voltadas para a área operacional, eu gostava muito mais de falar com as pessoas que estavam na operação. E foi a partir daí que comecei a procurar a entender mais a área de Recursos Humanos (RH). Mostrando para a Stone a minha vontade de trabalhar com pessoas, que pude começar esse ramo. Lá eu tive a oportunidade de estudar e estruturar um processo seletivo, mesmo não tendo formação na área. Em resumo, percebi que dependia de mim para eu poder arriscar e trilhar o caminho de Recursos Humanos.

Pedro Saraiva: Percebi na sua fala que você fala que o autoconhecimento teve grande relevância nesse trajeto, então o recado que deixo para todos os espectadores é poder viver o máximo de experiência possível, para que você possa errar e acertar e no final conseguir encontrar seu caminho. O mercado de trabalho é muito dinâmico, então é bom abrir a cabeça para poder encontrar as respostas que tanto almejam.

Marcus: Eu entendo que essa transição de trabalho é complicada. Admito que tive um pouco de sorte. Mas falando como recrutador é sempre legal ter experiências temporárias para você realmente entender o que você quer. Ninguém imaginaria 5 meses atrás que estaríamos vivendo uma pandemia (COVID-19) como estamos vivendo agora. Quando falamos de carreira, é legal juntar sempre aquilo que você gosta com o que você faz bem, para ser um profissional de sucesso!

Marcus: Falando da história de processos seletivos, até um tempo atrás o intuito dos entrevistados eram te massacrar, os entrevistados ficavam felizes se você tivesse esse sentimento. Estas entrevistas são burras, não é uma situação agradável pro entrevistado e prejudicam o entrevistador na avaliação. Mas falando do futuro, as empresas vão olhar para o perfil das pessoas, entender sua história. E a partir disso, ficará mais fácil visualizar os comportamentos que a empresa gostaria de ter no profissional. A tendência é ter um processo seletivo mais humanizado e analítico, juntamente de utilização de recursos tecnológicos para poder entrevistar qualquer pessoa de qualquer lugar.

Pedro Saraiva: Totalmente, eu vejo que boa parte dos processos de trainee estão sendo online, com poucas etapas presenciais, e que no geral buscam muito mais o perfil do que a formação da pessoal.

Marcus: Com certeza, puxando esse assunto falerei da visão de contratação como empresa e como candidato. A empresa possui 2 tipos de contratação: uma é voltada para a descrição do cargo, onde fala muito sobre o conhecimento técnico. Já a outra é baseada no perfil, para ver se a pessoa tem um “match” com a empresa. O futuro é mesclar essas 2 contratações e vejo que as pessoas empreendedoras são a resposta desse futuro. Mostrar que você pensa fora da caixa ou que você busca por desafios (situações que os empreendedores normalmente fazem) é crucial para o crescimento da empresa. Não importa se essa sua história de empreendedorismo é dentro ou fora do seu local de trabalho, mas é muito bom começar a pensar e viver dessa maneira. Puxando aqueles 3 pilares que citei no começo, estes dentro da vida empreendedora se transformam em aprendizado, maestria e sucessão. Você começa aprendendo o ofício, a disciplina, até o momento em que você é bom. Quanto você estiver trabalhando de forma excelente, você deixa um legado para que outras pessoas possam se espelhar no seu trabalho. E isso é crucial para ter bons relacionamentos e indicações no futuro, caso precise.

Pedro Saraiva: Essa quarentena é uma maneira de começar a viver isso né! Possibilidade de estudar as empresas, estudar cursos novos, começar a diversificar suas atividades para poder aprender mais e se conhecerem mais. E claro, tirarem um tempo para descansar, para manter a saúde mental.

Marcus: Realmente, é muito bom. Entender os seus melhores horários biológicos para estudar, trabalhar, fazer curso, descansar, ler. Fazer aquilo que é melhor para você no melhor momento que for para você. E claro, não ficar se comparando com as outras pessoas, cada um tem o seu tempo para poder correr atrás, mas não utilize esse “usar o seu tempo” como uma justificativa para ficar parado.

Pedro Saraiva: Falando mais de mercado de trabalho, como você vê as contratações a partir de agora?

Marcus: Acho muito difícil alguma contratação por agora, empresas estão colocando seus profissionais de férias, algumas demissões, muitas empresas estão com medo de quebrar. Existem empresas que estão contratando, mas são poucas. Procure-as pelo Linkedin ou Facebook. De qualquer modo, acredito que assim que nossa vida normalizar, tudo irá melhorar, as startaups irão alçar voos maiores, e por experiência própria recomento olhar mais para as startups. Aproveitando, é válido ressaltar que trabalhar a inteligência emocional é CRUCIAL para poder sobreviver todo este processo e aprendam como usar isso ao seu favor, principalmente para as incertezas do presente e do futuro. Já que falo de futuro, deixo como uma dica forte a prática do inglês e programação, estas serão línguas cruciais para qualquer pessoa que queira uma oportunidade de trabalho, independente do que você queira trabalhar.

Pedro Saraiva: Agora vou puxar as perguntas de quem está acompanhando nossa live! Pensando na busca do emprego dos sonhos, a melhor maneira de procurar emprego e estar empregado?

Marcus: Não necessariamente, o importante é não ficar parado. Estudar é crucial para conseguir esse emprego dos sonhos. É difícil você dizer qual o seu emrpego dos sonhos sem ter trabalhado, então eu recomendo estudar e viver todas as experiências possíveis.

Pedro Saraiva: Qual a melhor solução para uma pessoa mais velha não cair no filtro de idade ao procurar emprego, no ramo da programação?

Marcus: Existem empresas que gostam de pessoas mais velhas. O recomendado é você interagir com pessoas do ramo, independente da sua idade, para fazer contatos e acelerar a possibilidade de ingresso no mercado de trabalho. Existem eventos como Hackathons e Meet Ups que podem ser uma maneira inicial para você começar essa interação.

Pedro Saraiva: Como é o trabalhar na Stone e na Loft?

Marcus: Em ambas as empresas, você precisa estar preparado para mudanças e trabalhar sobre pressão. O importante é: NUNCA COLOQUE UMA MÁSCARA. Ou você pode ser reprovado por causa da máscara, ou você pode passar por causa da máscara e terá uma experiência horrível.

Pedro Saraiva: Suas últimas palavras para fechar a nossa live!

Marcus: Agradeço a oportunidade, podem me procurar pelo Linkedin para tirar qualquer dúvida e independente do que você estuda ou trabalha, estou aberto para poder conversar. E claro, o primeiro passo  mais importante de todos: autoconhecimento!