Live: Gerenciamento de Riscos nos Processos Industriais

OBS: Lembramos que o blog é um breve resumo! Viva toda a experiência da live através do vídeo!

No dia 24 de junho de 2020, realizamos nossa entrevista semanal com o Thales Martinelle.

No dia 24 de junho de 2020, realizamos nossa entrevista semanal com o Thales Martinelle.

Thales é Engenheiro de Segurança do Trabalho formado pela UFJF e Engenheiro Metalurgista formado pela UFOP. Atuou em empresas como Usiminas, Vale do Rio Doce, Liasa/Rima e atualmente é Engenheiro de Segurança do Trabalho Sênior na ArcelorMittal, coordenando ações com foco no “zero acidente”, visando alcançar indicadores consistentes na prevenção e controle de riscos, alinhados às políticas e metas corporativas.

Pedro Saraiva: Qual é o papel do Técnico de Segurança na área?

Thales: Gosto de dizer que ele é o guardião da empresa, o braço direito do Engenheiro de Segurança do Trabalho, onde seu objetivo é eliminar todos os riscos da área e manter a segurança dos colaboradores. Ele faz todo o mapeamento e gestão de terceiros para saber se podem iniciar as atividades, sejam de risco ou não. É o anjo da guarda das NRs (normas regulamentadoras), para garantir que no final do dia todos possam voltar para casa.

Saraiva: Quais são as responsabilidades de um Engenheiro de Segurança?

Thales: O engenheiro é responsável pelo fluxo das atividades. Agradeço minha formação de graduação pois ela me deu a base para entender o operacional e facilitou bastante minha gestão como Segurança do Trabalho. Este profissional orienta o Técnico de Segurança para que as atividades ocorram como planejado, através do plano de gerenciamento de risco. Através disso, conseguimos identificar todos os problemas dentro da rotina, e aquelas que são intoleráveis traçamos projetos para diminuir o grau de risco. Não esquecendo o principal, que é manter a segurança de todos os colaboradores!

Saraiva: Qual é a rotina do técnico e do engenheiro de segurança nessa época de pandemia?

Thales: Hoje nós temos um procedimento para entrar na usina. Controle de temperatura, checagem de antecedentes, garantir a distância entre colaboradores, distribuição de álcool em gel, utilização de máscaras durante todo o serviço… inúmeras ações de melhoria para não ter contaminação!

Saraiva: Pergunta dos espectadores. Existe alguma competência específica para trabalhar na área de segurança?

Thales: Curiosidade e Paixão pela segurança, além de amar pessoas. Não deixem de estagiar, pois ela é crucial para a formação profissional. Gostar de estudar e de querer aprender, ser curioso. Trabalhamos com muitas normas e leis, então realmente precisa gostar de ler e aprender. Querer viver a rotina de pisar na área, para entender como funciona e consiga estar pronto para iniciar o trabalho.

Saraiva: Pergunta dos espectadores. Quais os principais desafios da área da segurança e em quais pilares vocês estão trabalhando para garantir a segurança operacional?

Thales: Fazemos o mapeamento nas atividades, onde rastreamos e tratamos os problemas para que estes não ocorram. Fazemos uma análise investigativa e propomos ações. Temos antecipado acidentes antes deles acontecerem. Além disso, o trabalho de conscientização e treinamentos para fazer com que as pessoas tenham a percepção do risco, atuando sempre com o chão de fábrica!

Saraiva: Pergunta dos espectadores. Quais os maiores desafiados na atualidade de pandemia?

Thales: Estamos trabalhando em duas frentes: segurança e corona vírus. Fazemos ações efetivas para que o colaborador trabalhe de forma correta e segura. Sempre trazendo uma tranquilidade para que a família do colaborador tenha a certeza de que o funcionário no final do dia estará em casa.

Saraiva: Pergunta dos espectadores. Qual é o papel da liderança na gestão de riscos?

Thales: A liderança tem que comprar a ideia da segurança! O papel dela é ser o espelho da área. Estar sempre presente, comprando a ideia e ser exemplo o tempo todo.

Saraiva: Pergunta dos espectadores. Como mudar a mente do colaborador que sempre trabalha em condições inseguras?

Thales: Precisamos fazer um trabalho de conscientização muito forte, para que o chão de fábrica entenda que a segurança é um valor! Antecipar riscos, estar junto e saber ouvir as pessoas são outros pontos fundamentais para trazer a melhoria na área. No fim, os colaboradores enxergam a segurança como uma mão amiga.

Saraiva: Pergunta dos espectadores. O que vocês têm feito na unidade para manter a consciência alta e tolerância baixa dos riscos com as pessoas?

Thales: Temos uma ferramenta chamada comunicado de desvio, onde as pessoas que estão na área mostram as condições e atos inseguros, criando um link entre chão de fábrica e liderança. E claro, valorizar essas pessoas que trazem estas informações para nós, fazendo com que além de trazer os problemas elas tragam as soluções.

Saraiva: Pergunta dos espectadores. Qual a percepção da segurança do trabalho para o futuro, uma vez que no Brasil estamos muito longe da excelência das empresas internacionais?

Thales: Hoje trabalhamos com várias situações em que o trabalho pode vir a lesionar um colaborador. Então colocamos vários dispositivos de travamento em locais de risco para que ele não possa acidentar, trazendo assim a automatização para eliminar o risco e aumentar a segurança. A partir do momento que você automatiza o processo de segurança, você cria condições propícias para que não ocorra um acidente. A automatização e inovação são cruciais para melhorar a segurança do trabalho!